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15.04.24

Entrevista o Mahmoud Hanachi | Por trás do botão

Esta semana tive o prazer de poder entrevistar Mahmoud Hanachi, a pessoa por detrás da colecção de variedades de um dos bancos de sementes mais inovadores e conhecidos do mundo, Dutch Passion. A viagem de Mahmoud neste banco de sementes começou em 2012 e com base nos bons resultados, parece que isto é apenas o começo.

Quero agradecer, desde já, tanto em nome próprio como em nome de toda a equipa da Experiencia Natural, o tempo que dedicou para responder às nossas perguntas. Sem mais demoras, um pequeno preâmbulo para aqueles que não o conhecem e passamos à entrevista.

Mahmoud Hanachi, geneticista Dutch Passion

Quem é Mahmoud Hanachi?

Mahmoud Hanachi é o responsável de genéticas e novos territórios da Dutch Passion, apesar de ser relativamente novo na equipa, a sua carreira tem sido notável. Esteve em posições diferentes dentro desta empresa e o seu início foi no departamento de vendas, que não abandonou completamente, apesar de agora o desenvolvimento de novas variedades ocupar grande parte do seu tempo.

A entrevista com Mahmoud

Nestas perguntas Mahmoud diz-nos como chegou ao ponto no que se encontra agora, quais são as suas expectativas e a visão da Dutch Passion para o futuro.

A Dutch Passion é uma das principais empresas mundiais de canábis, que estuda a planta de canábis e desenvolve genéticas desde 1987. Como chefe de genética da Dutch Passion, na nova era dourada da canábis há um futuro brilhante para todos os envolvidos. O que é que te levou a escolher esta empresa?

Comecei como qualquer outro consumidor da planta, como a maioria de nós. Numa fase posterior entrei no aspecto do cultivo desta planta porque tinha alguns amigos em Amesterdão que já o estavam a fazer. Eu “contagiei-me” com esta paixão e comecei a cultivar as minhas próprias plantas.

Em 2009 conheci a minha actual esposa, que por acaso é a filha do proprietário e fundador da Dutch Passion, Henk van Dalen. Na altura, estava a trabalhar no ramo das vendas numa empresa de logística. Como Henk estava a profissionalizar a sua empresa naqueles anos e sabia que eu estava no ramo das vendas e tinha uma paixão pela planta da canábis, perguntou-me se eu queria utilizar a minha experiência em vendas em prol da Dutch Passion.

Em 2012 aceitei de bom grado a sua oferta, uma vez que isso deu-me a possibilidade de combinar o meu trabalho e a minha paixão numa só. O resto é história :)

És o responsável pela criação e desenvolvimento de novas genéticas na Dutch Passion, mas começas-te nas vendas. O que é que te levou a aceitar este novo desafio?

Comecei, de facto, nas vendas mas durante os meus primeiros anos na Dutch Passion os meus conhecimentos sobre canábis cresceram de forma constante. Aprendi muito com os nossos cultivadores e também fiz alguns cursos sobre “Produção e Cultivo de Sementes”. Como a Holanda é conhecida pelas suas competências agrícolas, não foi difícil encontrar este tipo de formação.

Embora o conhecimento fosse baseado em “cultivos normais” tais como tomates, pimentos, pepinos e flores, o conhecimento é aplicável à nossa amada planta de canábis.

Como eu estava a crescer dentro da empresa e como a própria empresa também estava a crescer, fazia sentido ter alguém responsável pela nossa colecção privada, por isso a empresa decidiu atribuir-me esta tarefa.

Como ainda gosto de participar no ramo das vendas, também me foi atribuída a responsabilidade pelos nossos “Novos Territórios”. A combinação destas duas tarefas permite-me viajar por todo o mundo, visitar novos países e conhecer a população local, representar a marca e obter novas genéticas em todo o mundo a partir de pessoas com os mesmos interesses.

A Dutch Passion está a fazer um grande esforço para estar na vanguarda das descobertas de plantas com novos canabinóides e isto reflecte-se nas últimas colecções. Quando é que esta empresa começou a desenvolver este tipo de abordagem?

Adoptámos o CDB numa fase muito precoce. Isto foi antes do CBD se ter tornado realmente popular. Como somos conhecidos por sermos inovadores, tentamos explorar as novas oportunidades logo que elas aparecem. Fizemos o mesmo com estirpes de autoflorescentes, por exemplo.

Alguns anos mais tarde, as sementes com CBD começaram a descolar e tornou-se um canabinóide popular e generalizado, com muitos benefícios terapêuticos. Mas esta ainda era a ponta do iceberg, pois a planta da canábis tem mais de 100 canabinóides diferentes e todos eles têm as suas propriedades médicas específicas. Isto levou-nos à procura de novos canabinóides menos conhecidos e presentes em quantidades inferiores.

Sempre que encontramos novos canabinóides em pequenas percentagens, tentamos subir a percentagem deste canabinóide para cifras relevantes, para pelo menos 4-5%. Depois consideramos esta estirpe como sendo “rica” neste canabinóide. Os exemplos mais recentes do nosso trabalho com canabinóides menos conhecidos são, por exemplo, CBG-Force (CBG alto), THC-Victory (THCV alto) e Auto CBD-Victory (CBDV alto).

Agora que a Dutch Passion está a criar estas novas estirpes realmente interessantes com novos canabinóides, como THCV, CBDV e CBG, planeias lançar mais genéticas com outros canabinóides no futuro?

Sim, estamos sempre atentos a novos canabinóides entre os menos frequentes. Já estamos a trabalhar em algumas novas estirpes que serão ricas nelas. Espero que a próxima introdução seja uma estirpe rica em CBC. Mas esperamos ser capazes de trabalhar com muitos outros canabinóides no futuro. Esperemos que esta planta seja capaz de tratar muitas mais doenças no futuro.

Ainda temos muito para descobrir!

Mahmoud Hanachi, vencedor de taças canábicas

A regulamentação e a legislação podem diferir de lugar para lugar, esta é provavelmente uma das partes mais difíceis de trabalhar no ramo da canábis. Como vês o quadro jurídico na Europa?

Esta é uma das partes mais desafiantes da nossa indústria, mas isto também a torna interessante. A nossa indústria tem de ser flexível e capaz de mudar rapidamente de uma direcção para outra. Mas felizmente vemos que cada vez mais países estão a tornar-se mais abertos quando se trata da canábis, bem como a maioria da população em muitos países são, agora, a favor de algum tipo de regulamentação ou mesmo da legalização da planta. Por isso, acreditamos que estamos a ver o ponto de viragem e esperamos que o caminho para a legalização global tenha começado lentamente.

Acreditamos que é apenas uma questão de tempo até a planta da canábis estar regulada nos países europeus e ao nível da União Europeia. Esperamos que o resto do mundo nos siga.

Uma experiência com uma produção de canábis controlada está prestes a começar na Holanda. Se for um sucesso, esperamos que este modelo possa ser copiado no resto da Europa. Acredito que a Holanda pode desempenhar um papel de líder nesta mudança de paradigma, dado que a nossa história liberal no caso da planta da canábis nos ensinou ao longo destes anos. Sabemos o que fizemos mal e como o podemos fazer melhor.

Continua a ler com os nossos artigos sobre Quanta Erva Dá uma Planta? Guia Sobre a Produção de Canábis e História da Canábis Kush e as Melhores Variedades.

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